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Crítica sobre a arte de amar!



É fato que o sentimento de amor se tornou algo banal na atualidade. Dizer que se ama alguém tem se tornado cada dia mais fácil, como se o fato de se ouvir um "eu te amo" de forma mais trivial fosse o suficiente para se aproximar do orador de tal frase ou se confiar no tal. Também é fato que aquelas pessoas que não são capazes de banalizar tal expressão se sentem violadas, quase enojadas com tamanha ridicularização de um sentimento tão complexo, profundo e nobre.

Como poeta, amante e principalmente, respeitador de tal sentimento, me considero um verdadeiro crítico da arte de amar. E como tal, me sinto na obrigação de repudiar certas falsidades que leio por aí. Mas minha repúdia não é vazia ou sem explicações. Minha repúdia é justificável.

Um dos fatores para tamanha "amação" das pessoas é ironicamente o distanciamento entre elas. Com o domínio da INTERNET como o maior meio de comunicação entre as pessoas (e também o mais facil e barato), o "relacionamento" tem adquirido um formato de folhetim: são recados em sites como ORKUT, TWITTER; bate-papos impessoais de programas de mensagens instantâneas (lê-se: Google Talk, Windows Live Messenger...); registro de momentos pessoais como é o caso dos blogs, flogs, vlogs (e mais um monte de porcarias com "logs" no final...). Dessa forma, perdeu-se um pouco a convivência olho-no-olho, o toque, a química. Sem a eletricidade natural que transpassa entre os seres humanos, fica difícil se identificar um verdadeiro relacionamento, complexo em sua estrutura, dessa forma tão virtual. O dia-dia das pessoas não é tão fácil quanto parece.



Para se haver verdade nessa dificuldade é preciso muito mais do que vontade...
O resultado dessa virtualização toda são evento no mínimo risíveis: "casamentos" online, longos namoros com pouco contato físico, discussões de MSN... E as coisas vão ficando cada vez piores: sexo virtual, traições, mentiras... Tudo isso muitas vezes sem nem mesmo um toque físico. Como o crítico, sou obrigado a admitir que eu mesmo já me vi nessas situações (inclusive minha namorada atual eu conheci pela INTERNET, e pequei no nosso relacionamento específicamente pelo mesmo canal). É fácil se relacionar virtualmente, e mais fácil ainda é cair nas armadilhas dessas facilidades.


Cada dia mais comum isso... E geralmente trágico.
Mas não é apenas na virtualidade que o amor é banalizado. Um dos aspectos que mais critiquei em toda minha vida foi o real sentimento de amor familiar. De certa forma, parece obrigatório o amor aos familiares, ou pelo menos a CRENÇA nesse sentimento. Um primo, uma tia, o marido do irmão da sua avó... Por serem FAMÍLIA, diz-se que ama. Mas qual a verdade desse amor?
Para responder essa pergunta, deve-se ser feita outra pergunta primeiramente: O que é o amor?
Essa é uma pergunta com múltiplas respostas (boa parte delas, poética, romântica), mas a mais real e palpável das respostas seria que o amor é um sentimentos dominante que é capaz de levar alguém a se importar com outro alguém muito mais do que consigo mesmo. É uma força que atrai as pessoas, que faz com que uma pessoa sinta desejo, vontade, necessidade (as vezes incontroláveis) de estar na companhia da outra para o qual o sentimento é alvo. É a única força capaz de superar o natural egoísmo e até mesmo egocentrismo que existe na mente humana, fazendo com que sua importância diante da pessoa amada seja insignificante, e que a felicidade de tal pessoa seja o sinônimo de sua própria. Apesar dessas respostas também soarem poéticas e românticas, são absolutamente concretas, e todos os dias vemos ações correspondentes a elas (cada um de nós têm suas próprias experiências para provar isso).



RESPONDAM NO MURAL AO LADO OU NOS COMENTÁRIOS ABAIXO.
Respondendo à pergunta inicial, o amor à família não é incondicional como muitos pensam, é apenas FOLCLÓRICO. O que se pode dizer é que é possível GOSTAR das pessoas que fazem parte de nossa família e de nosso dia-dia, mas AMAR é algo completamente diferente. Você pode se importar com alguém ao ponto de emprestar uns trocados para um almoço, dar uma carona até certo lugar, conversar, rir, brincar... Isso é normal. Agora, até que ponto você é capaz de se sacrificar por esse alguém? É capaz de subjulgar o seu bem-estar por esse alguém? É capaz de MORRER por ele?
Lendo isso, muitos podem me criticar dizendo "nossa, que dramático...", mas pense consigo mesmo: você deixaria um assaltante matar sua mãe em vez de você? Ou sua esposa? Ou seu filho? Conseguiria ver algum deles com fome enquanto você pode ter um prato cheio e se sentir saciado?
Deixar de lado o "você" para pensar primeiramente no "ele/ela/eles" é a ação que justifica a existência da expressão "amar ao próximo como a ti mesmo". Não ponho minha mão no fogo por ninguém quando me questionam quem seguiria essa frase. Eu mesmo não faço isso, admito. Esse é um tipo de amor puro, sem descriminações ou preconceitos. É um amor para poucos. Amor que eu amo admirar e que cada dia mais luto para poder sentir também. Mas não é fácil amar assim.


Pode-se aprender muito se observar as diferentes formas de amar.

Com isso também posso afirmar que por mais que eu GOSTE de algumas pessoas, eu MORRERIA apenas por algumas, digo inclusive RARAS. Isso não significa que eu seja alguém de mal espírito ou ame poucas pessoas. É fundamental que se encare a realidade factual, e seria hipocrisia de minha parte mentir para mim mesmo, assim como muitos o fazem. Também digo que apesar da virtualidade da INTERNET, é possível sim que duas pessoas verdadeiramente se amem online (até porque o conhecimento de um pelo outro através de algo tão impessoal se torna diretamente psicológico, e nada melhor do que amar alguém pelo que esse alguém é em sua personalidade) e também é possível que primos se amem verdadeira e puramente (eu sou prova viva disso).


O que eu não posso aceitar calado é que as afeições que as pessoas sentem sejam confundidas. GOSTAR é GOSTAR, e AMAR é AMAR! Se for para amar, que ame intensamente, completamente, verdadeiramente. Do contrário, se pensar em dizer "amo você" para alguém que não ama, por favor, cale-se e não diga nada. É perda de tempo e fôlego, e talvez a pessoa até acredite... E talvez a intenção fosse que ela acreditasse mesmo...
Como crítico da arte de amar, não me ponho à prova dizendo que sei amar perfeitamente. Como em qualquer arte, eu como crítico não apenas gosto do amor, eu AMO o amor e o amar. Mas se não é valioso ou verdadeiro, eu não aceito e não acredito. E digo na cara de quem for que o "amor" que lhe aparenta é falso e sem valor.
Polpe-nos dele por favor. De falsidade e sujeiras, o mundo e a humanidade já estão cheios.


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